O último grande anúncio mundial no The Game Awards surpreendeu muitos espectadores ao não apresentar o aguardado retorno de uma franquia clássica ou o próximo projeto de um estúdio gigante. Em vez disso, o evento revelou “Highguard”, um novo shooter da Wildlight Entertainment, que emerge em um cenário de expectativas diversas e discussões acaloradas na comunidade de jogadores. (via: kotaku)
“-and for our last world premiere, straight Shit from an Ass!” pic.twitter.com/N38ihOmZW0
— aaron🌌💭 (@musclesap) December 12, 2025
Este shooter de ficção científica e fantasia, focado em raides, chega com um pedigree notável. A equipe de liderança da Wildlight Entertainment é composta por profissionais que já contribuíram para títulos aclamados como “Titanfall” e “Apex Legends” na Respawn, indicando uma base de talento e experiência considerável por trás do projeto. Essa trajetória, por si só, sugere uma compreensão aprofundada das mecânicas de gameplay e do design de experiências de tiro em primeira pessoa.
oh i get it, it’s “high” like “over” and “guard” like “watch”
— skittybitty (@skittybitty_yt) December 12, 2025
Apesar de seu potencial e da expertise de seus criadores, a recepção a “Highguard” tem sido polarizada. Observadores e analistas do mercado notam que essa divisão de opiniões ocorre, em grande parte, por fatores que, ironicamente, pouco se relacionam com a qualidade intrínseca do jogo em si, mas sim com o momento de seu lançamento e as condições atuais do mercado de jogos.
final reveal of the show is a “servers shut down in 6 months” fps pic.twitter.com/pTkGsRuro9
— balta 🦕 (@BGarcN2) December 12, 2025
Em uma análise isolada, sem o peso das condições atuais do mercado, “Highguard” demonstra elementos bastante sólidos. O jogo incorpora habilidades de movimento que remetem à agilidade característica de “Titanfall”, entregando uma ação de alta octanagem. Sua estética mescla elementos de fantasia com tecnologia moderna, criando momentos dinâmicos e atraentes. Exemplos disso incluem o uso de rifles a cavalo em meio a combates frenéticos, seguido pela invocação de feitiços elementais para incinerar inimigos, prometendo uma experiência de jogo rica e variada.
please do us a favor and file for chapter 11 in advance https://t.co/WbdNky4YW2
— Utter Dogshit Pavlovian Boner (@Comrade_Waluigi) December 12, 2025
Contudo, a percepção de muitos observadores é que “Highguard” carrega o fardo de uma certa falta de originalidade visual. Críticos e jogadores expressaram que o jogo parece, em certos aspectos, genérico, não conseguindo se destacar visualmente em um mercado já saturado. Até mesmo seu nome foi apontado como notavelmente indistinto. Há quem sugira que, se as imagens de “Highguard” fossem apresentadas como um anúncio de um jogo “mobile” de baixa qualidade, a crença seria plausível para parte do público, refletindo uma dificuldade em estabelecer uma identidade visual única.
Not even trying to hate but that was the worst final reveal of all time
— Colin (@IntroSpecktive) December 12, 2025
A Wildlight Entertainment, segundo informações divulgadas, tem desenvolvido “Highguard” em segredo por vários anos. É por essa razão que seu anúncio no The Game Awards foi seguido por uma data de lançamento tão próxima, marcada para 26 de janeiro. Essa estratégia de “lançamento surpresa” visa capitalizar o hype imediato do anúncio.
How I felt watching the Highguard reveal pic.twitter.com/EdLwYsPC8L
— Tyrone Powers 🇺🇸⭐️ (@SomethingUNATCO) December 12, 2025
No período em que “Highguard” estava em desenvolvimento sigiloso, o mercado de hero shooters e jogos como serviço (“live-service”) tornou-se, para dizer o mínimo, conturbado. A paisagem de jogos multijogador online tem sido marcada por uma crescente dificuldade em cativar o entusiasmo do público para títulos que exigem um investimento significativo de tempo de seus jogadores ou que correm o risco de serem descontinuados precocemente, a exemplo do que ocorreu recentemente com o jogo “Concord”, que foi encerrado apenas meses após seu lançamento.
A fadiga de gênero é outro fator preponderante. O segmento de hero shooters parece, para muitos, já bastante explorado. Lançar um novo título nessa categoria é praticamente impossível sem inevitáveis comparações com referências estabelecidas, como “Overwatch”, que domina o nicho há anos. Embora seja preciso admitir que as similaridades de “Highguard” não são tão evidentes quanto as observadas em produções como “Marvel Rivals”, que foi abertamente criticado por sua semelhança excessiva com o título da Blizzard, o desafio de se diferenciar e justificar sua existência nesse espaço permanece imenso.
O cenário atual representa um momento delicado para o lançamento de um hero shooter com modelo de “game como serviço”, dado o aparente cansaço do público em relação a essa modalidade de jogo. Os jogadores dispõem de um tempo limitado durante a semana para se dedicar a um grande jogo multijogador que demanda muitas horas, e muitos já estão confortavelmente imersos em seus títulos favoritos, sem buscar ativamente uma nova dedicação ou o comprometimento exigido por um novo jogo “live-service”.
Inclusive, o próprio The Game Awards pode ter inadvertidamente colocado “Highguard” em uma posição ainda mais desafiadora ao posicioná-lo como o último grande anúncio da noite. Historicamente, a expectativa para o “grand finale” do evento recai sobre revelações bombásticas de franquias consagradas ou projetos de estúdios de renome, tornando a aparição de um novo IP (Propriedade Intelectual) de uma desenvolvedora menos conhecida, ainda que talentosa, uma aposta arriscada. A expectativa do público não foi plenamente correspondida, levando a uma discussão intensa sobre a escolha do encerramento.
Resta aguardar o desempenho de “Highguard” após seu lançamento em 26 de janeiro para ver como o jogo se posicionará nesse ambiente competitivo. No mínimo, a revelação gerou conversa e debate na comunidade de jogadores, garantindo que o título não passe despercebido, mesmo que por razões que vão além de sua jogabilidade.



