O jogo “Skate”, da Electronic Arts, continua a enfrentar uma série de críticas por parte de sua comunidade de jogadores, com acusações que vão desde um estilo artístico considerado “barato” até uma estrutura de serviço ao vivo que muitos descrevem como “mediana”. A experiência é ainda maculada por uma lista considerável de bugs e uma atmosfera “corporativa e higienizada” que permeia cada linha de diálogo. No entanto, uma nova microtransação adicionada recentemente ao jogo parece ter inflamado ainda mais o descontentamento entre os jogadores. (via: thegamer)
A insatisfação se manifesta claramente nas avaliações do jogo na plataforma Steam, onde “Skate” ostenta a classificação “Mista”, resultado de mais de 35 mil análises registradas até o momento. A gota d’água para muitos foi a introdução de uma nova skin do personagem Isaac Clarke, da franquia “Dead Space”, disponibilizada por um valor entre US$ 30 e US$ 40. Para contextualizar, o remake de “Dead Space”, um jogo completo com vasta quantidade de conteúdo, pode ser adquirido por US$ 13,99 na PlayStation Store atualmente, deixando uma sobra considerável de dinheiro em comparação. Ou seja, a skin de um único personagem custa mais que o dobro de um jogo inteiro e aclamado.
A questão do preço é agravada pela qualidade do item. A skin de Isaac Clarke, disponível em “Skate”, não é um modelo autêntico do personagem, mas sim uma representação “barata” feita de papelão. Embora essa abordagem possa ser vista como uma maneira divertida de diferenciar a skin de ofertas anteriores e se alinhar a uma temática de Halloween no mundo de “Skate”, a realidade é que desembolsar US$ 40 por uma “imitação de papelão” é algo que irrita profundamente a base de jogadores.
A situação se torna ainda mais questionável ao se considerar o histórico da própria série “Skate”. Há mais de uma década, em “Skate 3”, a EA Black Box, desenvolvedora original, ofereceu uma armadura de Isaac Clarke de forma completamente gratuita. Para obtê-la, bastava inserir um código de truque – “deadspacetoo” – e os jogadores eram agraciados com um modelo 1:1, diretamente extraído dos jogos de “Dead Space”. Isso significa que, além de ser gratuita, a versão de “Skate 3” tinha uma qualidade visual superior à edição de 2025.
A comunidade tem expressado veementemente sua frustração. Um usuário, identificado como @DannyMantonoli, comentou nas redes sociais sobre o absurdo de vender itens em um jogo que ainda não atingiu sequer a versão 1.0 e que, aparentemente, possui menos conteúdo do que os três jogos anteriores da franquia. A crítica se estendeu à expectativa de um futuro passe de batalha, ironizando a possibilidade de adquirir “mais meias” para o skatista em meio a tamanhas deficiências.
É inegável que a indústria de jogos mudou significativamente nos últimos 15 anos, desde o lançamento de “Skate 3” em 2010. Contudo, mesmo ao analisar exemplos mais recentes e relevantes, como o fenômeno “Fortnite”, observa-se uma política de preços distinta. A Epic Games, empresa por trás de “Fortnite” – líder no modelo de jogos gratuitos e com serviço ao vivo – cobrou US$ 11,99 pelo Pacote de Missões de Transmissões Estranhas. Este pacote não apenas recompensava os jogadores com uma skin, mas também com uma quantidade substancial de V-Bucks ao completarem as missões associadas. Em “Fortnite”, os jogadores recebem mais do que apenas um cosmético.
A comparação evidencia uma prática questionável por parte de “Skate”. Independentemente da perspectiva, a cobrança de US$ 40 por um item cosmético que muitos consideram de baixa qualidade e com pouco valor agregado, em um jogo ainda em desenvolvimento e já repleto de problemas, gera uma sensação de exploração, que destoa da experiência divertida e desafiadora que se esperaria de um título da franquia “Skate”. A percepção geral é de que a microtransação é “suja” – e não no sentido positivo que um jogo de skate poderia evocar.



