O cenário dos jogos eletrônicos modernos tem sido marcado pela crescente presença de microtransações e itens cosméticos, um modelo de negócio que gera bilhões e se tornou padrão em grandes títulos. Jogos como Battlefield 6, que prometiam uma experiência mais tradicional de tiro em primeira pessoa, e Fortnite, conhecido por suas colaborações com ícones da cultura pop e o uso de V-Bucks, não são exceção a essa regra. Contudo, um lançamento recente em Fortnite eleva a discussão sobre o valor de itens digitais a um novo patamar, envolvendo um custo consideravelmente alto. (via: thegamer)
O portal Insider Gaming foi o primeiro a noticiar a chegada de Clyde, um guaxinim vestido de caubói, como um novo traje (skin) disponível para os jogadores de Fortnite. No entanto, a obtenção de Clyde não é uma compra simples através da loja do jogo. O item está atrelado à aquisição ou à posse de um Backbone Pro, um dispositivo portátil projetado para aprimorar a experiência de jogos em smartphones, oferecendo analógicos, botões e gatilhos físicos. O custo desse acessório é de $170, valor que, na prática, se traduz no custo da skin para aqueles que não planejavam adquirir o hardware.
Conforme detalhado no site da Backbone, a oferta é por tempo limitado, com início previsto para 3 de dezembro de 2025. Tanto novos compradores quanto proprietários atuais de um Backbone Pro poderão desbloquear o traje Clyde. O processo envolve a compra do controle, o resgate de um código específico e a conclusão de uma missão dentro do jogo para adicionar o item ao inventário do jogador. A empresa esclarece que a skin Clyde “não é exclusiva” e “poderá” ser disponibilizada para compra direta em algum momento futuro, embora não haja garantia dessa eventualidade. Esta estratégia posiciona o item como um dos mais caros da história de Fortnite, especialmente para aqueles que veem o valor do acessório físico apenas como um meio para obter o cosmético digital.
Essa não é a primeira vez que itens cosméticos em jogos alcançam valores tão elevados, por vezes superando o preço do próprio título em que estão inseridos. A tendência de skins de alto custo tem se normalizado na indústria de jogos. Fãs de jogos de tiro podem se recordar, por exemplo, de uma polêmica anterior ao lançamento de Black Ops 6 no ano passado. Uma skin de arma, a “Gold Lightning”, foi vinculada à compra de uma réplica real da arma Wunderwaffle, cujo custo inicial era de $350. Após a inclusão de taxas de envio, impostos e proteção de pacote, o valor total superava os $400.
Outra situação envolvendo Black Ops 6 diz respeito à variante “BlackCell” do traje The Replacer, uma figura icônica do marketing de Black Ops. Para obter essa versão, os jogadores precisavam primeiro adquirir o pacote básico do Replacer por $19.99 e, em seguida, o passe BlackCell por mais $29.99, somando um total de $50 para um elemento central do jogo. O próprio Battlefield 6 não está imune a essa realidade, com algumas de suas skins mais “realistas” sendo vendidas por $22. Vale ressaltar que o jogo foi oferecido em promoção de Black Friday por apenas $35, o que significa que uma única skin representava aproximadamente 65% do custo total da compra do jogo.
Esses exemplos ilustram uma tendência crescente na indústria de jogos, onde itens digitais e cosméticos alcançam preços substanciais, muitas vezes atrelados a compras de hardware ou a pacotes de valor elevado, desafiando a percepção tradicional do que um jogador paga por um jogo e seus complementos.



