Em novembro de 2024, o jogo “Light of Motiram”, da Tencent, um MMO com semelhanças visuais notáveis com “Horizon Zero Dawn”, da Sony, chamou a atenção da mídia especializada. A semelhança, segundo reportagens da época, ia desde as criaturas robóticas até o cenário e o figurino dos personagens, levando muitos a apontarem uma possível violação de direitos autorais. (via: thegamer)
A resposta da Sony veio em julho de 2025, com o ingresso de uma ação judicial contra a Tencent. Considerando as evidências visuais apresentadas no trailer e na página do Steam, uma vitória para a Sony parecia iminente. Embora a Tencent tenha removido algumas imagens do jogo que mais se assemelhavam a “Horizon Zero Dawn”, a empresa chinesa decidiu contra-atacar na disputa legal.
Em sua defesa, a Tencent acusou a Sony de tentar monopolizar elementos da cultura pop, transformando-os em propriedade exclusiva. Conforme divulgado pelo The Game Post, a empresa chinesa argumentou que a ação da Sony não visa combater a pirataria ou plágio genuínos, mas sim impedir a criatividade de outros desenvolvedores. A Tencent declarou: “A autora Sony processou um grupo de empresas da Tencent — e dez réus não identificados — sobre o videogame não lançado ‘Light of Motiram’, alegando que o jogo copia elementos do jogo da Sony ‘Horizon Zero Dawn’ e seus derivados. Em resumo, o esforço da Sony não visa combater a pirataria, o plágio ou qualquer ameaça genuína à propriedade intelectual. É uma tentativa imprópria de cercar um canto bem explorado da cultura popular e declará-lo como domínio exclusivo da Sony.”
A defesa da Tencent foi além, questionando a originalidade de “Horizon Zero Dawn”. A empresa argumentou que a premissa central do jogo — uma mulher ruiva viajando por um mundo pós-apocalíptico repleto de máquinas — já havia sido explorada em “Enslaved: Odyssey to the West”, de 2013. A Tencent destacou que a própria Guerrilla Games, desenvolvedora de “Horizon Zero Dawn”, admitiu essa inspiração em um documentário.
Finalmente, a Tencent argumentou que o lançamento de “Light of Motiram” está previsto para 2027, e que, portanto, a ação judicial da Sony se baseia em suposições, antes mesmo da finalização do produto. A empresa chinesa, portanto, contesta a legitimidade da ação da Sony, alegando que a semelhança entre os jogos não configura violação de direitos autorais e que a ação judicial é motivada por uma estratégia de monopólio da Sony. A disputa judicial, portanto, promete ser longa e complexa, envolvendo debates sobre criatividade, originalidade e o limite da proteção de propriedade intelectual na indústria de jogos eletrônicos.
