A disputa legal entre as gigantes dos jogos Sony e Tencent ganhou novos capítulos, com o adiamento de uma audiência crucial e a apresentação de novos argumentos sobre os direitos de propriedade intelectual. Em julho de 2025, a Sony iniciou uma ação judicial em nível federal contra a Tencent, alegando que o jogo “Light of Motiram”, ainda em desenvolvimento, seria uma cópia indevida de sua franquia “Horizon”. A empresa japonesa sustenta que “Light of Motiram” infringe tanto seus direitos autorais quanto suas marcas registradas. (via: gamerant)
Três meses após a abertura do processo, em outubro de 2025, a Sony formalizou um pedido de liminar (injunction request) buscando impedir a Tencent de utilizar determinados materiais de marketing para “Light of Motiram”. Além disso, a Sony pleiteia uma ordem judicial para que a Tencent seja compelida a redesenhar a protagonista do jogo. Inicialmente, a Sony havia solicitado que a audiência para a análise deste pedido de liminar fosse marcada para o dia 20 de novembro daquele ano.
No entanto, as duas empresas, Sony e Tencent, chegaram a um acordo para postergar a audiência para o ano seguinte. A nova data proposta é 15 de janeiro de 2026. A Juíza Jacqueline Scott Corley, responsável pelo caso, deverá deliberar sobre esta solicitação nas próximas semanas, considerando sua própria agenda. As partes justificaram o atraso citando duas razões principais. Primeiramente, a Tencent solicitou mais tempo para preparar sua resposta ao pedido de liminar da Sony contra “Light of Motiram”. Em segundo lugar, a advogada principal da Sony, Annette Hurst, da renomada firma Orrick, Herrington & Sutcliffe, está indisponível na data originalmente agendada. A advogada tem um compromisso de representar a Microsoft em uma audiência de descoberta de provas, parte de um processo recente de direitos autorais de inteligência artificial movido pela empresa The New York Times Company.
Em um desdobramento separado, a Tencent apresentou um novo documento legal em apoio à sua moção de setembro de 2025, que visa a extinção do processo iniciado pela Sony. O documento, protocolado em 29 de outubro, levanta questões importantes, entre elas a validade da protagonista Aloy, da franquia “Horizon”, como marca registrada. A Tencent argumenta que a Sony não conseguiu identificar uma única versão, consistentemente definida, da imagem de Aloy que funcione como um identificador de origem fora dos próprios jogos.
Para sustentar sua argumentação, a Tencent fez referência aos múltiplos registros de marca do personagem Mickey Mouse, da Disney. A empresa chinesa utiliza este exemplo para ilustrar como as marcas de personagens são aplicadas a iterações específicas e não conferem direitos gerais que cobririam qualquer representação ou imagem. A Tencent insiste que as marcas de personagens dependem de iterações específicas e consistentemente identificadas. A partir disso, a empresa argumenta que a Sony não delimitou uma única imagem de Aloy passível de proteção como marca registrada fora do contexto do jogo.
O documento da Tencent enfatiza que descrições generalizadas, como “vestimentas, acessórios e marcas faciais” ou uma “silhueta” indefinida, são excessivamente vagas para caracterizar uma marca singular. A empresa conclui que o status de um personagem dentro de um jogo não estabelece, por si só, o uso como marca registrada. É importante notar que, em meio ao litígio, a Tencent já havia alterado alguns materiais promocionais de “Light of Motiram” em resposta à acusação de violação da franquia “Horizon” feita pela Sony.
A expectativa é que a Juíza Corley tome decisões sobre a moção da Tencent para extinguir o processo e sobre o reagendamento da audiência da liminar da Sony antes do final de 2025.






