The Last Of Us Parte 2 quase implementou mecânicas de espiar e render

The Last Of Us Parte 2 quase implementou mecânicas de espiar e render

Pouco mais de sete meses após o lançamento de The Last of Us Part 2 Remastered para PC, uma versão que trouxe funcionalidades inéditas e o modo “Sem Volta” ao aclamado título, vencedor de diversos prêmios de Jogo do Ano, um fã e criador de conteúdo dedicado fez uma descoberta notável. Ele desvendou elementos de jogabilidade que, aparentemente, foram descartados durante o desenvolvimento e nunca chegaram ao produto final. (via: thegamer)

O responsável por essa revelação é Speclizer, um conhecido modder e criador de conteúdo, que compartilhou suas descobertas nas redes sociais. É importante ressaltar que o lançamento de The Last of Us Part 2 para computadores foi um dos primeiros grandes títulos a ser alvo de pirataria no ano, abrindo caminho para que dezenas de outros jogos fossem “crackeados” ao longo dos meses seguintes. Embora a pirataria seja uma questão ética e legalmente complexa, neste cenário, o acesso aos arquivos do jogo por entusiastas como Speclizer permitiu uma imersão mais profunda nos bastidores do processo de desenvolvimento, revelando aspectos ocultos do projeto original da Naughty Dog.

Duas funcionalidades em particular vieram à tona, ambas com evidências robustas de sua existência nos arquivos do jogo: o “Modo Espiar” (Peek Mode) e a ação de “Render” (Hold Up). Embora não tenham sido implementadas na versão final disponível para os jogadores, os arquivos do jogo contêm animações completas, scripts de programação e até mesmo diálogos associados a essas mecânicas.

O “Modo Espiar” permitiria aos jogadores a habilidade de espreitar ao redor de cantos, bem como observar por cima ou por baixo de objetos. Contudo, considerando a forma como a câmera opera em The Last of Us, que já oferece uma visão estratégica do ambiente, é plausível que essa funcionalidade tenha sido descartada pela equipe de desenvolvimento por não proporcionar uma vantagem significativa à jogabilidade ou por não se integrar de forma orgânica à experiência pretendida.

A outra funcionalidade, a “Rendição” (Hold Up), demonstra um potencial estratégico e narrativo muito maior. Essa mecânica permitiria que o jogador se aproximasse sorrateiramente de um inimigo, o forçasse a levantar as mãos em sinal de rendição e, subsequentemente, controlasse a movimentação do refém, determinando até mesmo a direção para a qual ele se virava. Uma funcionalidade como essa ecoa elementos de títulos consagrados no gênero de espionagem e furtividade, como Metal Gear Solid V e os primeiros jogos da série Splinter Cell, onde o gerenciamento de reféns e a tática de “hold-up” são cruciais.

Em um vídeo de demonstração subsequente, Speclizer detalhou como a “Rendição” seria implementada e como ela poderia adicionar uma camada extra de profundidade e dinamismo ao combate e à furtividade. A fluidez da funcionalidade demonstrada por meio das animações e scripts sugere que ela estava em um estágio avançado de desenvolvimento, com grande potencial para ser um componente central da jogabilidade. A presença de scripts de diálogo, com frases prontas como “Não faça nenhuma besteira” e “Mãos onde eu possa vê-las”, reforça a ideia de que a Naughty Dog havia investido tempo e recursos consideráveis na elaboração dessa mecânica.

Atualmente, Speclizer está empenhado em integrar essas descobertas à versão de PC do jogo, permitindo que a comunidade de modders e os fãs experimentem essas funcionalidades outrora perdidas. Isso proporcionaria aos jogadores uma visão de como a Naughty Dog poderia ter concebido a jogabilidade de The Last of Us Part 2 em sua plenitude, explorando caminhos que não foram seguidos no produto final.

A jogabilidade de The Last of Us Part 2 sempre foi elogiada por sua precisão, intensidade e a maneira como equilibra a ação e a furtividade. Muitos jogadores não sentiram a falta de elementos adicionais, considerando a experiência já bastante robusta. Contudo, a revelação dessas características ocultas sugere que a equipe de desenvolvimento tinha planos para uma experiência ainda mais profunda e complexa, indicando que a versão final do jogo representa apenas uma das muitas visões possíveis para o título. Diante dessas descobertas, especula-se se um eventual terceiro título da aclamada franquia, ou mesmo futuras reedições de Part 1 ou Part 2, poderiam finalmente apresentar a forma final dessas funcionalidades, enriquecendo ainda mais o universo de The Last of Us com elementos que estiveram, por um tempo, confinados aos arquivos digitais do jogo.

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