Rockstar negou filmes de GTA e Red Dead por temer má qualidade

Dan Houser explica que, na época, a maioria das adaptações era de baixa qualidade, não teriam controle criativo e não valia a pena arriscar, mas que agora é “diferente”.

Dan Houser, cofundador da Rockstar Games, tornou-se uma figura lendária no mundo dos videogames, sendo uma força motriz por trás de franquias icônicas como Grand Theft Auto e Red Dead Redemption. Estas séries não só redefiniram o que os jogos poderiam ser, como também foram impregnadas de influências cinematográficas, resultando em vendas superiores a 400 milhões de unidades. Naturalmente, Houser recebeu inúmeras propostas para adaptar suas obras para o cinema ou televisão. No entanto, ele consistentemente recusou essas ofertas, justificando a decisão com uma simples razão: falta de controle criativo.

“No início, tivemos alguns encontros estranhos com executivos de Hollywood”, relata Houser ao TheAnkler. “Eles queriam que fizéssemos filmes, mas nas condições deles, o que significava perdermos o controle criativo e corrermos um risco enorme com algo que nos pertence.” A percepção de que adaptações de jogos para filmes eram de baixa qualidade era dominante na época, tornando o risco ainda maior. Para Houser, a matemática simplesmente não fazia sentido. “Eles achavam que seríamos cegados pelas luzes de Hollywood, mas esse nunca foi o caso”, comenta ele.

A resistência de Houser em transformar GTA e Red Dead Redemption em filmes foi uma decisão estratégica para proteger propriedades intelectuais que ele considerava inestimáveis. “Nós tínhamos IPs de bilhões de dólares, e a economia nunca fazia sentido”, explica. Além disso, o histórico de adaptações de jogos para filmes era desanimador, reforçando a crença de que seus jogos poderiam sofrer o mesmo destino de baixa qualidade.

Contudo, Houser reconhece que os tempos mudaram. “É uma época diferente agora”, diz ele, apontando para o sucesso de adaptações recentes de jogos, como The Last of Us e The Super Mario Bros. Movie. A indústria do entretenimento finalmente começou a entender como traduzir com sucesso IPs de jogos para a tela, o que abre novas possibilidades que antes não existiam. Isso é particularmente relevante em um momento em que Hollywood busca desesperadamente novas fontes de IP, muitas vezes resgatando conteúdos esquecidos ou antigos.

Apesar da tendência atual de explorar IPs a qualquer custo, nem todos os IPs são iguais, observa Houser. Alguns, como Madame Web, não têm o mesmo impacto que outras iterações do Homem-Aranha. Além disso, nem todo IP pode ser estendido indefinidamente, como demonstrado pelos recentes fracassos de franquias prolongadas. Compreender essa nuance é crucial para evitar os erros do passado.

Em 2020, Houser chocou o mundo dos jogos ao deixar a Rockstar e se mudar para Los Angeles, onde fundou a Absurd Ventures. Esta startup, até agora operando em modo stealth, representa sua visão de criar um novo tipo de fábrica de IPs, onde ele pretende trabalhar com Hollywood em termos mais favoráveis. Em sua primeira entrevista detalhada sobre a Absurd, Houser explica que está pronto para construir um pipeline de IP, aplicando suas décadas de experiência para navegar na interseção entre jogos e cinema.

Agora, com a Absurd Ventures, Houser está determinado a capitalizar essa nova era de colaboração entre Hollywood e o mundo dos jogos. Ele planeja trazer sua expertise e compreensão das narrativas dos jogos para o cinema, garantindo que a qualidade e integridade de suas criações sejam mantidas. Se alguém pode resolver o problema de IP de Hollywood, é Dan Houser, o visionário que transformou jogos em obras-primas cinematográficas, e agora busca fazer o mesmo com o cinema.

Red Dead Redemption e GTA só vão virar filme ou série de TV se não for “prejudicial”

Take-Two está discutindo outras adaptações, além de Borderlands e BioShock, mas serão muito seletivos e cautelosos.

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